No que
tem de belo,
os
aquários:
pérolas flutuando.
Em
câmera lenta, chega à piscina.
Para e
retira o roupão branco.
O corpo
─ e não um esboço ─ surge:
um biquíni
passando
por trás
da pilastra
até o
outro lado,
enquanto
seu olhar,
em ré,
observa
(o que?).
Devagar,
decidida e delicada,
desce
até a água chegar à altura
da
cintura, um pouco mais,
um
borrão, braçadas leves,
corta
para o fundo
azul,
azul, azul, azul, azul.
Seus
olhos, melancolia feliz,
são, em
avelã, o furta-cor
na
timidez discreta
dos
castanhos meus.
Em que
língua,
com a
devida musica,
cantar-se-ia aquário
senão na sua?
│Autor: Webston Moura │
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