sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Árido

O meu verso ─ pouquíssimo importa,
A vida sim importa.
As carnaubeiras dão asteriscos verdes
           ao ar ido,
sem nunca me terem lido.
Árido não será isto:
           a solidão de uma planta
numa paisagem rude.
Áridos serão meus versos
             que nunca produzem palmas.
Todos vivem.
Poetas resumem
E é só isso o que eles fazem.



│Autor: Carlos Nóbrega


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Carlos Nóbrega é natural de Fortaleza-CE. Poeta dotado de imensa sensibilidade e bom humor, além de muita sutileza, é autor de: A Sono Solto; Outros Poemas (I Prêmio Osmundo Pontes/Academia Cearense de Letras); Breviário (Prêmio Estado de Minas de Cultura); Árvore de Manivelas; A grande peleja eletrônica (com Orlando Queiroz); O quanto sou; 8Verbetes (I Prêmio Nacional Gerardo de Melo Mourão/Ideal Clube – Menção Honrosa); Lápis Branco. O presente poema consta de Canto Aceso. Nóbrega faz d’Os Poetas de Quinta [http://poetasdequinta.blogspot.com.br/].
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